quarta-feira, 1 de maio de 2013

VOVOZITO, ASSIM COMO JOSÉ, É O PAI QUE CUIDA DE TODOS OS FILHOS



A festa de São José, no dia 19 de março, é comemorada poucos dias antes do aniversário de Vovozito, dia 22, e toca profundamente no coração da família porque, mesmo sem se chamar José, Vovozito sempre cuidou de todos ao seu redor

Se José foi um homem responsável e fiel, a quem Deus confiou Seu Filho, Vovozito, com seu olhar de quem enxerga no pai a responsabilidade pelo cuidado de seus próprios filhos, também se dispôs a cuidar dos que não têm uma estrutura familiar, portanto, dificilmente serão capazes de se sustentar sem a colaboração de pessoas dedicadas a ajudar o próximo.

Essa é uma das características marcantes de Vovozito, a solidariedade tanto com os oprimidos quanto aos que precisam, em algum momento, do que quer que seja, desde a mão estendida num momento de fraqueza, o ouvido pronto a escutar um desabafo, até mesmo a ajuda material, quando é o caso, às mais valorosas ações que se possa imaginar. Até marteladas nos dedos, quando participou de mutirões para a construção de residências às famílias carentes assistidas pela instituição da qual sempre fez parte. 

Na presença de Vovozito, todos são contemplados pela bondade de um pai amoroso, todos são dignos e merecedores de sua atenção.

Esse texto é uma homenagem aos "Josés", àqueles que entendem o significado de seu nome, mas também aos que carregam um "José" em seus corações, como faz Vovozito, mesmo que tenham sido batizados com outro nome.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

CANTINHO DO VOVÔ



O cantinho do Vovô é sagrado, ninguém o perturba nos seus momentos de descanso, mas, na verdade, é Vovozito que não dá descanso a ninguém.
É assim em todos os lugares, no supermercado, no consultório, na praça onde faz seu passeio diário, sempre puxa conversa com as pessoas e faz alguma brincadeira.

Um dia, no elevador, falou uma besteira tão grande a um senhor muito sério que a filha fez cara de paisagem para conter o riso e tentar disfarçar o constrangimento. 
Não é fácil segurar o Vovozito. Numa consulta ao oftalmologista, o consultório estava lotado e os pacientes atentos aos nomes que eram chamados para o atendimento. A filha, que sempre o acompanha, pediu que ficasse quieto para não tumultuar o ambiente. Piorou, aí é que Vovozito fez questão de fazer piadinha o tempo todo para chamar a atenção.

Ainda vou citar alguns casos de fazer rolar de rir, mas o cantinho do Vovô faz lembrar dos bichinhos da casa.
Além dos peixes, da tartaruga e dos cães Lord e Anik, haviam os pássaros e os hamsters.
O genro do Vovozito era um cliente especial no petshop.

Certo dia, quando foi comprar ração, alpiste, etc., tinha um cachorrinho à venda esperando por um dono. O genro mexeu com o bichinho que começou a rolar de alegria. Quando ia saindo, o cãozinho chorou de dar dó. Isso aconteceu repetidas vezes, ele brincava com o bichinho, um bassezinho com pouco mais de um mês de vida, que rolava com o barrigão pra cima. Quando saía da loja, era uma choradeira.
Quem resiste!
Lá foi o cachorrinho para a casa do Vovozito, dentro de uma caixa de sapato.
O baixinho foi batizado de "Tigrão", uma contradição, mas todos se divertiram com a escolha do nome.

Pois o Tigrão resolveu se tornar o fiscal de Vovozito.
Arteiro como criança, Vovozito mexe nas coisas e muitas vezes quebra alguns objetos da casa. Quando a filha fica sozinha com ele, mal consegue dar conta de seus afazeres porque tem que ficar atenta o tempo todo.

Pois o Tigrão entendeu a situação e todas as vezes que Vovozito faz coisas que normalmente merecem alguma reprimenda, Tigrão dá algum sinal com latidos ou puxa Vovozito pela barra da calça.

Mas os dois são cúmplices em determinadas situações. Acreditem, fazem xixi no mesmo lugar e Vovozito sempre coloca a culpa no Tigrão.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

A "DESCORTESIA" DE UM LORD



Domingo, dia de descanso, a família reunida e o centro das atenções é Vovozito.
As lembranças mais significativas, porém, são as de Vovozito com os bichinhos da casa.

Uma amiga muito próxima resolveu adotar um gato abandonado e a "fera", assustadíssimo, ficou semanas espremido atrás do guarda-roupa. Mal se via os olhos brilhando no escuro, mas nada do gato sair na presença de quem quer que fosse, mesmo da dona da casa.

Acompanhando esse fato, voltam à memória todas as peripécias dos animais da família de Vovozito. Sim, foram muitos e de todos os tipos. Dos bichinhos aquáticos, o destaque era um peixe que cumprimentava os cuidadores com beijos no vidro e seguia de um lado para outro os passos de quem se aproximasse do aquário. Infelizmente, num momento de descuido, o peixe saltou pela tampa aberta esquecida por quem havia limpado o aquário e não resistiu.

Outro bichinho paparicado é a tartaruga Ninja que, tempos atrás, deixava um dos cães muito enciumado. Lord era um cachorro grande que vivia no quintal da casa. A tartaruga, ainda pequenininha, vivia cheia de mimos, quase sempre no colo de alguém.
Lord tinha companhia, a cadela Anik, mas se incomodava com os privilégios de Ninja que vivia dentro da residência e era tratada como um bebê.
Um dia, ao chegar em casa de um passeio, um dos filhos logo viu a tartaruga na calçada, com as costas do casco no chão e as patas para o ar. 
Estranho, não tinha como passar da casa para a rua.
O que havia acontecido, afinal?

Dias depois o mistério foi revelado.
Lord, numa de suas tentativas de se livrar da tartaruga, pegou Ninja com cuidado, mas tentou novamente jogá-la para fora de casa. Dessa vez não conseguiu arremessar por cima do muro, então largou-a num canteiro na esperança de que não fosse vista no meio das plantas.
Quem viu a cena teve dificuldade para acreditar em seus próprios olhos, mas depois de muitas risadas, o jeito foi isolar Ninja num espaço que a deixasse protegida das investidas de Lord.

domingo, 9 de dezembro de 2012

DIREITO E/OU JUSTO?


Um questionamento que me persegue, principalmente quando tenho que tomar uma decisão importante, ouvi durante uma palestra, quando alguém da plateia indagou se tudo que é "direito" realmente é "justo".

Criam-se leis que envolvem a sociedade, muitas carregadas de forte emoção, porém, geralmente alguém paga o preço pelo privilégio de quem nem sempre necessita.
É o que ocorre com o trabalhador que paga mais do que deveria pela passagem no transporte coletivo para compensar os benefícios oferecidos a determinados grupos de pessoas, muitos carentes, mas nem todos, e que talvez tenham mais condições de bancar esse tipo de despesa do que muitos que utilizam o serviço diariamente.  

Há casos, também, que passam a ideia de que uma lei visa oferecer oportunidades, mas, por outro lado, pode colocar em risco o direito aos benefícios estabelecidos pela própria lei.
Cito como exemplo a lei de inclusão para pessoas com deficiência no mercado de trabalho.

Bravo!
Aplaudo a iniciativa, porém, apresento o caso de uma família que solicitou o pagamento de pensão, ou seja, o direito de receber a aposentadoria do pai falecido a uma jovem totalmente dependente, com séria lesão cerebral e que faz uso de medicamentos caríssimos.
A justiça autorizou.
Entretanto, o que seria direito foi rejeitado pelos órgãos governamentais alegando que, de acordo com a interpretação da lei, pessoas com deficiência podem trabalhar.

Esse fato ocorreu com familiares de Vovozito, por isso escrevo com certo ceticismo quanto às "boas intenções" que criam facilidades para certos grupos, como acontece com a bolsa recebida pelos presidiários, geralmente cidadãos saudáveis que poderiam ter uma atividade remunerada para o seu sustento (se não há política pública que dê condições para que isso seja possível, que as autoridades responsáveis busquem os modelos que funcionam em outros países), enquanto isso, quem realmente precisa de recursos para se tratar e não se tornar um peso para a família corre o risco de ter seu direito negado.

Nada mais justo que as pessoas com deficiência tenham o direito ao emprego e sua dignidade respeitada. Não tem porquê condenar alguém nessas condições a ter uma vida inútil e dependente de recursos públicos, desde os casos mais graves até a quem falta apenas um dedinho.
Mas é um absurdo generalizar, há casos em que a capacidade para o trabalho está totalmente comprometida e tanto o direito quanto a decisão da justiça deveriam prevalecer.
Nesse caso, sob meu ponto de vista, é direito e é justo.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Quem AMA, cuida!



Os desafios da Saúde no Brasil são aparentemente insuperáveis. Desafio maior, porém, é o de atender, acima de tudo, às necessidades de quem utiliza esses serviços e a coragem de  realizar pesquisas com os próprios usuários do sistema público de saúde.
Foi o que fez o governo do estado de São Paulo durante a gestão José Serra. Não escrevo isso como militante, não tenho ligação alguma com a política, mas sim como alguém que acompanhou o sucesso das medidas adotadas pelo seu governo e o resultado imediato assim que as colocou em prática.

Na contramão da tragédia que assola o país e condena nossa população aos piores níveis de atendimento, o então governador fez o que tem sido considerado um HORROR na administração pública, a parceria com o setor privado.
Isso já rendeu até livro sobre o que chamam "privataria" - o autor, porém, foi indiciado pela Polícia Federal por crimes contra a família de José Serra, entre os quais a violação de sigilo fiscal e o uso de documentos falsos, mas afirma em sua defesa que a obra é baseada em "documentos" oficiais que estão nos cartórios e juntas comerciais.
Que corrupto, afinal, registra seus crimes em cartórios?

Voltando ao trabalho da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, temos que considerar o fato de que a capital paulista recebe pessoas de todos os municípios brasileiros e até do exterior, pois oferece serviços públicos de primeiro mundo, apesar da quantidade imensa de pessoas que buscam atendimento sendo que deveriam contar com o mesmo padrão de qualidade onde residem.
Imaginem como seria o melhor dos mundos para os paulistanos se não tivessem que compartilhar as vagas nos  hospitais ou um lugar na fila para consultas e exames com milhares de pacientes que vêm de fora.

Quando Vovozito teve que utilizar remédios de custo elevadíssimo, ainda era necessário enfrentar um verdadeiro calvário para ter direito ao medicamento gratuito.
Tempos atrás, quem precisasse de consulta ou de medicamento tinha que chegar de madrugada para garantir a senha que era limitada a um determinado número de pessoas. Quem ia chegando se organizava com senhas improvisadas para que ninguém furasse a fila e, mesmo depois das portas abertas, ainda era preciso aguardar horas intermináveis, sem lugar para sentar.
Até então, a fila era única e imensa. Tempos depois resolveram separar por tipo de medicamento e, no caso do remédio de Vovozito, havia apenas uma pessoa responsável pela distribuição. Essa funcionária chegava às oito para distribuir as senhas aos que já estavam aguardando há horas e só começava a entrega depois das dez. Isso se estendia ao longo do dia, com intervalos para o almoço e os cafezinhos da atendente.

Com a eleição de José Serra, que já havia se destacado como o melhor Ministro da Saúde de todos os tempos, não poderia ser diferente no governo do estado. A transformação foi radical.
Com um trabalho de pesquisa de satisfação, os clientes tinham um mecanismo para comunicar por carta, telefone ou email tanto suas reclamações e reivindicações como para enviar sugestões.

As instalações sofreram reformas surpreendentes. Foram disponibilizadas centenas de poltronas estofadas, ar condicionado e aparelhos de TV de LCD em todos os ambientes. Os prédios construídos e os que foram reestruturados contaram com projetos arquitetônicos modernos e funcionais. Aumentou consideravelmente o número de funcionários, grande parte vindos das parcerias com as Organizações Sociais, ampliando, assim, o número de vagas, o que deu fim ao limite na distribuição das senhas.

O tratamento de Vovozito foi um sucesso, a doença progrediu muito lentamente graças à possibilidade de poder se tratar com os melhores medicamentos disponíveis no mercado farmacêutico, ao bom trabalho de sua médica e o cuidado especial dos familiares e de sua funcionária sempre prestativa.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

BANQUETE DE SALSICHAS

Gif Variados

Certo dia, na volta de um de seus passeios diários, Vovozito chegou com algumas salsichas congeladas e cruas na mão, umas já mordidas e outras provavelmente em seu estômago.
De onde teriam vindo se Vovozito não tem como pagar?

Apesar da doença, sua família teve dificuldade para tomar a difícil decisão de cuidar do dinheiro da aposentadoria do Vovozito. Ele já tinha sido roubado muitas vezes porque teimava em ir ao banco sozinho. Tirava todo o dinheiro da conta e chegava em casa sem um centavo sequer.
Outro risco que corria era contra a própria vida. Os porteiros do prédio é que alertaram sobre pessoas suspeitas que esperam Vovozito sair de casa e tiravam o dinheiro de seu bolso. Mesmo reclamando muito, Vovozito passou a andar com os bolsos vazios.

E foi assim enquanto ainda tinha algum cuidado ao andar nas ruas, enquanto sabia que não poderia atravessar, pois a visão também estava bastante reduzida, e até chegar ao ponto de perder completamente a noção e correr o risco de se acidentar ou mesmo de não saber voltar para casa.

Mas, e as salsichas?

Isso fazia parte do que já fora relatado, o hábito de criar estórias. E uma delas era a de que passava fome, que ninguém o queria em casa e que acabaria morando embaixo da ponte, que ninguém cozinhava pra ele e por aí vai.
Quem deu as salsichas tinha menos juízo que Vovozito.

Que complicação é essa que as pessoas não conseguem discernir o que é fato ou fruto da imaginação?
Como alguém pode acusar de negligência os familiares de um idoso que tem a mente comprometida pela doença e ainda colocar a sua saúde em risco, como no caso do Vovozito que comeu o que não devia?

Quando toda a ajuda é necessária e qualquer colaboração é bem-vinda, não seria manifestação da maldade julgar tão mal essa família?

Não importa o cansaço de lidar com as limitações de um corpo já debilitado.
Não tem outro jeito de viver esse longo adeus a não ser o de aceitar seu mundo imaginário e permitir que decida o rumo das conversas.
Mas dar crédito às suas confabulações já é demais.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

POR QUE A MALDADE CONTAGIA?



Convivemos com centenas de pessoas e temos contato diário com algumas delas, poderíamos, então, afirmar que a maldade é a característica principal de todas elas ou da maioria?´
Óbvio que não.
Quando lembramos de familiares, amigos, colegas de trabalho, vizinhos e de todos que conhecemos pessoalmente ou não, certamente suas virtudes superam os prováveis defeitos. O que nos incomoda geralmente não é nada grave e quando algo passa do suportável, temos que reconhecer que é uma eventualidade.

Mas por que a maldade chama tanto a atenção sobre seus feitos?
As maravilhas da natureza e das ações humanas são tão evidentes, ao mesmo tempo sutis, porque acontecem sem estardalhaço. O bem não se destaca tanto quanto o mal, por mais que este seja reduzido, porque não faz barulho.

A flor que desabrocha, a mão estendida aos que precisam de ajuda, o sol que nasce, o mar que deságua na areia, enfim, até mesmo o beijo estalado é mais silencioso do que um grito de dor.

Entretanto, o que tem projeção pode surtir um efeito indesejado porque, cada vez mais, as pessoas buscam visibilidade. E é nesse sentido que o mau exemplo contagia, porque coloca até mesmo os mais fracos em evidência. Quem não adere pode se sentir excluído ou, muitas vezes, não resiste às pressões e se engaja nos piores grupos contrariando seus princípios e anseios.

Não faço aqui uma crítica aos indefesos ou aos que se encontram fragilizados por algum motivo, a fraqueza à qual eu me refiro é a do caráter, a do humano "desalmado" que não busca exatamente o melhor para si, mesmo que não se importe com o próximo, mas acredita que, para atingir seus objetivos, precisa destruir a reputação, a imagem ou a vida de terceiros.

Seres assim podem se sobressair, mas apenas nas trevas, como a sombra que precisa da escuridão para mostrar que existe.

Livros sagrados ajudam a explicar por que os espíritos perversos sobrevivem ao longo dos tempos, mesmo com os registros históricos que contam a queda de todos os que recorreram à maldade para conquistar coisas como dinheiro, fama e poder.
Nada, porém, nos oferece respostas definitivas, mas uma observação pode ter nexo, os caminhos tortuosos permanecem e há quem os escolhas por algum motivo. No percurso, tornam-se autores ou vítimas de seu erro.

Nossa!
Viajei nas profundezas de um mar revolto, assim ficou minha mente por alguns instantes, tudo para tentar entender quais as razões que aproximam as mais vis criaturas de pessoas generosas, porque são capazes de enganar os inocentes e fazer mal a quem só faz o bem.
Por que, afinal, a bondade não se alastra pelo mundo como uma onda arrastando multidões?
Acredito que ninguém saiba a resposta, mas uma coisa é certa, antes de tudo é preciso mostrar que dá certo. E para que isso seja possível, o bem tem que aprender a fazer muito barulho.